Daniella


      Meados de dois mil, sábado, certamente de sol. Saí com a minha mãe para cumprir uma missão, e assim não faltar um compromisso rotineiro. Como de costume, pegamos o ônibus e fomos. Chegamos lá, fizemos o que sempre fazíamos, tudo normal. De repente, um casal entra com sua filha. Apresentaram-me a garota, que me cumprimentou tímida, porém com simpatia. Conversamos, brincamos, rimos. No final da tarde, fomos embora e eles também.
        Foi uma tarde prazerosa, muito legal. A partir de então, sempre que nos víamos, conversávamos e nos divertíamos. Nossos pais se tornaram amigos, e nós apenas boas companheiras. Eu me sentia feliz ao lado dela, sem sequer saber onde morava, onde estudava, do que gostava. Essa amizade desconhecida e desconfigurada perdurou, até o momento em que perdemos o contato, que já não era frequente.
        Antes de conhecê-la, já havia conhecido a sua avó, que sempre fora muito irreverente e simpática comigo. Nesse período de afastamento, que hoje chamo de desencontro, a avó dela me trazia notícias, daquela criatura tão legal.
         Anos se passaram. Um, dois, dez. Eu já havia completado quinze e tomado a decisão que mudaria a minha vida completamente. Encontrei a avó dela e soube que ela também havia tomado tal decisão. Fiquei feliz, mas sabia que em dez anos muita coisa havia mudado e certamente ela não faria questão de retomar aquela amizade.
         Primeiro dia de aula, estávamos na mesma escola, no mesmo curso, na mesma sala, mesma turma. Nos cumprimentamos, ela foi simpática, e receptiva. Um mês depois descobri que tínhamos quase tudo em comum, que eu gostava dela como se fosse da minha família e que havia encontrado uma pessoa muito especial. Não só recuperamos aquela amizade adormecida, mas também, reforçamos os laços que nos unem, para que não se solte nunca mais.
          Dois mil e dez foi dez! Ano de reencontro, reconstrução e momentos bons, ao lado da minha amiga querida, que me trouxe não só o conselho, o sorriso, mas que me trouxe um novo viver.

        Texto em homenagem àquela de sorriso sincero, olhar profundo, gestos doces e bom coração. Que esteve do meu lado nos momentos de queda e de glória. 

            

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