Permita-se

  
    Aprenda tudo aquilo que não nasceu sabendo. Alimente a sua razão e a sua alma, com a mais pura aveia e saboreie todas as novas informações. Absorva-as como se fossem raios. Transforme-as em melodia. Ouça tudo o que puder e pense bem antes de falar. Faça tudo aquilo que lhe der vontade, mostre seus sentimentos, e não diga nada por dizer.
       Não brinque com os sentimentos alheios, pois não gostaria que o fizessem com você. Não julgue antes de conhecer e elogie sempre que quiser. Critique quando necessário, desde que sua crítica seja construtiva. Mostre aos melhores, que você também é capaz. Faça uma viagem, nem que seja até a esquina. Voe, nem que seja apenas em sonhos. Mexa o corpo, mesmo se não houver música.
        Não espere que a sua estrela brilhe por conta própria, faça ela brilhar. Mas, para isso, não atropele ninguém. Existem maravilhas para todos! Ouça os mais velhos, eles sempre saberão o que lhe dizer. E mesmo que pareça "sem noção", no momento, reflita... Pois, certamente, em algum momento você vai encontrar razão nas palavras dos veteranos.
         Faça da sua casa o melhor lugar, chame os amigos para sair. Sorria! Porque a vida é curta, passa rápido. E pode ser cada vez melhor se você souber aproveitá-la. Faça muito mais do que a sua razão ordena e prenda certas palavras na garganta, e seja o mais livre que sua mente permitir.

beijos ;*

Paradoxo

       Que ambuguidade é essa, que me corrói, e enaltece a minha solidão. Que ambuguidade é essa que percorre todos os espaços obscuros do meu corpo, entra nos tímpanos e se aloja nas mais profundas entranhas. Que ambuiguidade é essa? Que me deixa tão mal e tão bem ao mesmo tempo, capaz de manter o equilíbrio mais desequilibrado de todos.
        Vivo a ambuiguidade. O duplo sentido. A explosão. Quero, sem querer. Te chamo, quando te quero longe. Te faço carinho, quando na verdade quero teu sofrimento. Sou cínica, quando a minha intenção é sincera. Viajo, quando não quero pensar em nada. Fico em claro, nas noites que quero dormir. Repito erros, que queria esquecer. Faço planos, para o tempo que já passou. Morro a cada dia de vida.
          Que ambuiguidade é essa que une as nossas mentes, quando queremos distância um do outro? E nos faz sentir inseguros, quando nossos olhares demonstram plena segurança... Insegurança essa que se instala no local mais oculto e nos faz esquecer do que somos capazes, e o quanto somos capazes.
            E assim, me banho na secura do vazio. Me animo ao som do mais belo silêncio, que me faz lembrar essa ambuiguidade... Que nos faz gêmeos, quando opostos. Felizes quando chorosos. E apaixonados, sem sequer se conhecer.

   Beijos :*

Cara ou coroa ?



   A moeda apresenta apenas dois lados. Devemos escolher cara ou coroa. Um Brasil assim, ou uma Brasil assado. Ambos incertos para nós. Ora, acreditamos que o futuro será próspero se apostarmos na cara. Ora, apostamos na coroa. E assim, permanecemos, feito um jogo de ping pong... Ora de um lado, ora de outro.
    A mídia ataca os nossos cérebros como se fossem cavalos chucros. Informações brotam do nada, acusações cruzam como balas, e a opinião popular se perde.
     O que realmente sabemos é que tanto apostando no cara, quanto no coroa, pouco irá mudar... Talvez, nada mudará. Há quem diga que milagres acontecerão, mas aconselho que não se iludam. O fato é que enquanto não existir verdade, não haverá rumo certo.

Be free :D

     Vejo a incerteza rondando neurônios confusos, exaustos e inanimados. Dúvidas assombram a alma, como nuvens escuras que vêm para ficar. O encontro consigo não acontece, pois sempre há um pelo caminho a atrapalhar. E as relações em si, abalam-se. O verão, traz o calor, que fortalece a avalanche perturbadora.
      E são os trabalhadores, lutando por sobrevivência, jovens questionando sua existência, crianças vivendo a tecnologia e perdendo-se pelo caminho, e almas a seguirem seus caminhos. De maneira geral, um tsuname de emoções e acontecimentos vem atingindo a todos nós. Essa maldita sociedade do consumo, que torna precária a felicidade. Somos milhões, em busca da mesma coisa, do mesmo princípio, e com o mesmo objetivo: queremos apenas a felicidade.
       Trabalha-se muito, vive-se nada e sobrevive-se a cada dia existente. Esta é a realidade. O stress atinge até aqueles que esperam para nascer, e chega até áqueles que já se foram. Se foram, em vida... E como diz o poeta, a morte pode ser a verdadeira forma de existir. Afinal, existem aqueles que vivem durante muitos anos e nunca existiram, apenas ocuparam um espaço sobre o pálido ponto azul.
        Mesmo diante de tantos problemas e complicações, digo e repito a mim mesma todos os dias, que a felicidade vem de dentro, e deve estar contida em tudo, e em todo o momento. Devemos trabalhar com aquilo que gostamos, se relacionar com os bons e verdadeiros, e amar a nós mesmos intensamente antes de qualquer coisa, e claro, amar o próximo. Sei, que essa é só mais uma teoria banal, e que esse pode ser apenas mais um textinho comum... Mas se cada um de nós parar para pensar, um pouquinho que seja, vai perceber que realmente a felicidade está dentro de nós e que apenas precisamos despertá-la.
          Faça da sua mente a ouvinte do seu coração, e corra atrás de tudo aquilo que lhe der prazer, e desperte a felicidade que há em você! Liberte-se desta avalanche de complicações...

     Beijos ;*

    

Epílogo

      Sexta-feira. Clima quente, gente, muita gente! "Stand" pronta, texto na ponta da língua, e muitos nomes esquisitos a dizer. Esse é início de um dia cansativo, e prazeroso. O nervosismo do lado direito, e um tal de "cof cof" no esquerdo, as duas prontas para iniciar um duelo para medir quem atrapalha mais.
      Oito horas, dada a largada! Explicação do conteúdo quase saltando da boca, a espera da primeira vítima. Pessoas passavam de um lado a outro, meio sem coragem, e eu ali em pé, de coluna ereta e sorriso nos lábios. A primeira vítima custara para a chegar, enquanto os demais observavam o stand, com ar de medo. Impossível definir se o medo era de mim, ou das figuras terríveis que estampavam o fundo.
      Quase nove, e nada do primeiro sujeito aparecer. Farta daquela pose de soldado, me desconcertei como quem punha a coluna no lugar, sentei me e me pus a esperar... Esperar não mais as pessoas, mas o tempo passar. Olhei para o "note" e pensei, porque não? Porque não jogar um pouquinho? Pus a mão sobre o "note" e "plef"! A primeira vítima caiu do céu.
       Me pus a explicar feito um papagaio, as palavras se atropelavam, o som saia meio desnorteado e as frases se comportavam como cavalos de corrida. Bastou abrir a boca para o cof! cof! se manifestar. Que raiva! Estava realizando algo importante para mim, algo que não admitia erros, nem falhas. Mas assim segui, entre explicações, um gole d'água, um tossida daqui, outra dali.
        Eu amava falar, mas naquela sexta descobri que falar o necessário faz bem. Repeti durante doze horas a mesma coisa, que no fim do dia soavam no meu cérebro como um tremendo blá blá blá... Sorte que volta e meia aparecia um sujeito para conversar, o que evitava que eu sentisse sono. Santo sujeito, apesar de até hoje eu não saber o nome dele.
         Havia cerca de cem projetos, sendo que o meu era só mais um a ocupar uma stand. Uma feira de bastante repercussão, muitos visitantes e bons concorrentes. Como mencionei, todo e qualquer deslize era fatal. A Dani estava lá, a muitos metros de distância... Mas creio que em pensamento, estava a me apoiar. Talvez isso tenha sido fundamental para a minha permanência, naquela que com certeza foi a primeira de muitas feiras que virão.
           Nove da noite! Hora de ir embora e descansar... Mas pena que esse era um dos privilégios que eu não pude desfrutar. Tínhamos uma festa para ir. E lá fomos nós, muito animadas.  Completamente perdidas, mas animadas. Dani e eu, eu e Dani. Entramos, encontramos as gurias e lá ficamos. Dez minutos.Gente, muita gente...
           Duas da manhã, tun ti tun ti tun ti... E lá estávamos nós na pista e meu cérebro já não distinguia mais nada. Sabia apenas de uma coisa: que sábado eu deveria estar lá na feira, linda e sorridente. Entre uma ida no banheiro, uma música e outra, permaneci. Me sentia um alienígena, completamente perdida e a me perguntar o que exatamente eu fazia ali. Bebi poucas, ou seja quase nada. Uns goles de algo que um amigo bebia.
           Cinco horas, fomos para casa... Para em fim dormir. Foi perfeito o encontro entre o meu corpo e o colchão. Nos amamos tanto, nunca havia o desejado tanto quanto naquele dia. Sete horas o relógio despertou, não levantei. Atraso! Cinto, camisa, sapato... Já havia completado exatas vinte e quatro horas de salto. Oito horas e lá estava eu novamente, agora não tão linda, mas ainda sorridente... A espera da primeira vítima.
        

"Ser ou não ser, eis a questão"





    

        Fase de mudanças, responsabilidade, vaidade, medos... Adolescência, equivalente a insegurança e friozinho na barriga. Época jamais esquecida, lacrada na memória. Tempos em que tudo acontece, o corpo muda, a mente cresce. Opiniões são formadas, e um pré-adulto passa a ser "gente" perante a sociedade. Passa a fazer suas escolhas, determina suas opções, os seus gostos e impõe seus hábitos.
        Nessa fase da vida apenas uma coisa importa, a diversão. Principalmente quando for acompanhado dos amigos. Entramos em círculo social próprio, respondemos pelos nossos atos e subentendemos as nossas fraquezas, pois queremos parecer "fortes" e indestrutíveis para as outras pessoas. A preocupação com a aparência é paralela com a personalidade de cada um, pois ser bonito é um "princípio norteador", nesta fase. 
        A beleza é vista como uma qualidade necessária e essencial, pois ela lhe traz "status" vicioso e perigoso. Os desprovidos desta beleza exigida, são os "legais" das turma. Se você perguntar a uma garota sobre o garoto que ela está "ficando" e ela responder que ele é LEGAL, podemos concluir que ele é feio. Isso pode parecer engraçado para àqueles que possuem a beleza como arma, um escudo que o faz sentir-se superior e o torna popular. Mas não é nada legal para os legais, pois isso gera uma certa rejeição (principalmente da parte do sexo oposto) que de alguma maneira acaba afetando a vida desta pessoa. 
         Mas independente de ser bonito ou não, todo adolescente sofre de uma insegurança crônica, "ser ou não ser, eis a questão"... Meninos são inseguros, principalmente quando o assunto são as meninas. Meninas ficam inseguras quanto a beleza e o corpo, em relação as outras meninas. E assim, forma-se um ciclo de inseguranças e medos que assombra grande parte dos adolescentes.
         Dúvidas caminham ao nosso lado diariamente, afinal quem nunca se perguntou: cresci e agora? Grande parte dos jovens não sabem o que fazer, o que realmente querem para as suas vidas. E certos pais simplesmente ocultam o problema dos filhos, julgando isso tudo uma fase passageira... Sem se dar conta que é nessa fase passageira que começam a se formar os adultos de amanhã. 
          As modinhas estabelecidas devem ser seguidas a risca, para que você possa ser considerado "maneiro", caso contrário você sofre a chamada exclusão. Pode parecer exagero ou radical demais, mas essas coisas acontecem. Muitas pessoas tentam "tapar os buracos" com frases do tipo: beleza não importa... Mas se você disser que tem um amigo para apresentar a essa pessoa a primeira pergunta será: ele é bonito? E se você responder que ele é legal... Pode crer que esta pessoa não irá manter interesse. 
           Adolescência é uma fase complicada, mas, que pode se tornar muito melhor se cada um se permitir a aceitar o outro independente de qualquer coisa, ou até mesmo se cada um aprender a se aceitar do jeito que é e "dando a cara a tapas". Quem curtir, curtiu e quem não curtir, paciência! Sei que falar é fácil, mas almejamos tanto a liberdade, sem se dar conta que ela deve começar dentro de nós. Liberte-se do seus medos e seja feliz.
  
    beijos :@@

  

Liberarte 2010

Poema vencedor :D


Escrava

Por mais amargo que seja
Por mais injusto que pareça ser
 Subentendidos prantos
No amanhecer

Equador
Interceptos Norte e Sul
Estranhos, íntimos
Eu e você, céu azul

Almas distintas
Inseparáveis
Paixão jamais extinta
Inabalável

Saudade maldita
Fortalece meu pranto
História mal escrita
Destrói meu ser

Destruído
A mercê de um vazio
A espera de um intuito
Um desafio?

Não quero arrancar de mim
Pois, sou escrava deste querer
Não quero abolição
Por medo de te perder

Singular *---------*

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