Paradoxo

       Que ambuguidade é essa, que me corrói, e enaltece a minha solidão. Que ambuguidade é essa que percorre todos os espaços obscuros do meu corpo, entra nos tímpanos e se aloja nas mais profundas entranhas. Que ambuiguidade é essa? Que me deixa tão mal e tão bem ao mesmo tempo, capaz de manter o equilíbrio mais desequilibrado de todos.
        Vivo a ambuiguidade. O duplo sentido. A explosão. Quero, sem querer. Te chamo, quando te quero longe. Te faço carinho, quando na verdade quero teu sofrimento. Sou cínica, quando a minha intenção é sincera. Viajo, quando não quero pensar em nada. Fico em claro, nas noites que quero dormir. Repito erros, que queria esquecer. Faço planos, para o tempo que já passou. Morro a cada dia de vida.
          Que ambuiguidade é essa que une as nossas mentes, quando queremos distância um do outro? E nos faz sentir inseguros, quando nossos olhares demonstram plena segurança... Insegurança essa que se instala no local mais oculto e nos faz esquecer do que somos capazes, e o quanto somos capazes.
            E assim, me banho na secura do vazio. Me animo ao som do mais belo silêncio, que me faz lembrar essa ambuiguidade... Que nos faz gêmeos, quando opostos. Felizes quando chorosos. E apaixonados, sem sequer se conhecer.

   Beijos :*

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